Ansiedade

A ansiedade nossa de todos os dias

Atualmente pensamos em muitos coisas simultaneamente, realizamos boa parte delas, enquanto outras ficam guardadas para uma oportunidade futura. Sempre que esse processo se inicia, parece que nos engrandecemos perante nossas próprias expectativas, e é ali, que devagarinho vou alimentando minha ansiedade de todo dia. Minha ansiedade não é somente a soma de tudo que quero e preciso, mas também aquilo que não depende só de mim para ser realizado. Claro que se meu desejo for alimentado todos os dias, já significa meio caminho andado, mas, além da minha parte tenho que me deparar com a frustração de não conseguir tudo exatamente como foi planejado. Começo a perceber que esse controle sobre tudo, não depende só de mim e dos meus esforços, preciso também dispor de tempo, paciência, dinheiro e sorte. Diga-se de passagem que a segunda e a terceira são meus vilões número 1.

Mas retomando: porque preciso alimentar essa ansiedade e esse controle que tanto me causam angústia, raiva e tristeza, se tudo que é possível se fazer, estou fazendo? Da onde vem essa inquietude toda? Vivemos hoje a era do imediatismo. Imediatismo para produzir. Para se tornar visto, lembrado, falado. Não basta somente curtir, comentar e planejar. Não! Na atual vida moderna, nossa existência está ligada a tudo que produzimos, seja intelectualmente, seja financeiramente. Não posso mais me dar ao luxo de parar e refletir o porque necessito fazer tal coisa. Coisas supérfluas vão ganhando cada vez mais sentido, enquanto em paralelo, vou perdendo o sentido dos meus objetivos. Diante disso, não vivo mais minha vida, e sim, aquilo que ainda sobrou dela, perante tantas metas que criei, me restam apenas a frustração de não ter vivido dias em que o tempo e a paciência me levassem a alcançar o sucesso que tanto busquei ter.