Por que tantos remédios... E o que fazer sobre isso?

Por que tantos remédios... E o que fazer sobre isso?

Por que tantos remédios... E o que fazer sobre isso?

Publicado: 2018-7-11 por Psicóloga Juliana Gonçalves Oliveira Guedes

Tudo bem, o debate sobre tratamento medicamentoso não é um debate preto no branco como o título sugere. É com certeza uma discussão que vale a pena, como a associação americana de psicologia já escreveu sobre a prescrição inapropriada de psicotrópicos.

É totalmente evidente que a medicação é um divisor de águas para algumas pessoas, permite a elas viverem de forma que simplesmente não poderia antes da medicação prescrita. Para muitos outros, muito mais que nos achamos, medicação pode não ser tão necessária ou útil como nos leva a acreditar. Quando a medicação é para crianças, é necessário um cuidado ainda maior especialmente a luz dos fatos que muitos destes medicamentos não foram minuciosamente desenvolvido para crianças.

Saiba sobre tudo que contém no artigo:

  1. Muitas prescrições de psicotrópicos não vem de profissionais bem versados em problemas de saúde mental (4 de 5 vêm de não psiquiatras). Primeiramente médicos, em geral detém o conhecimento, mas eles podem não saber tão bem quanto necessário quando tentam tratar alguma desordem por meio medicamentoso. Pode ocorrer de não saber sobre a efetividade do tratamento via terapia/psicoterapia, que são meios não farmacêuticos.
  2. O efeito placebo é maior que se pensa na efetividade dos antidepressivos. Pesquisa corrente sugere que a maioria das pessoas com severos casos de depressão que aparentavam ter verdadeiro benefício de remédios antidepressivos. Muitas outras relataram o mesmo benefício simplesmente sabendo que estavam tomando alguma coisa para ajudar na sua depressão. (Como esperado, há controvérsias sobre esses encontros). Uma coisa aparenta clareza, que terapia/psicoterapia continua ter resultado positivos no tratamento de todos os níveis de depressão e as habilidades aprendidas podem ser levadas para a vida inteira.
  3. Erro no diagnóstico pode levar a uma prescrição inapropriada. É preciso ter certeza que uma avaliação apropriada está sendo feita e confirmar o diagnóstico de TDAH, por exemplo, antes de iniciar uma criança em psicoestimulantes.
  4. A publicação de pesquisas tende a incluir estudos que mostre resultados positivos para a medicação ao invés de ser balanceado pelos resultados verdadeiros. A análise da FDA (Food and Drug Administration) em 2008 relatou que os estudos eram meio a meio com resultados positivos e negativos, entretanto, mais de 90% dos estudos publicados foram com resultados positivos.
  5. Há um gigantesco incentivo financeiro, tanto para médicos e pacientes, utilizarem tratamento medicamentoso. Médicos são pagos muito mais e pacientes são pagos muito menos, em geral, quando eles buscam medicamentos no lugar de terapia/psicoterapia. A propaganda de medicamentos pode levar ao grande público a existência de tais medicamentos, que contribui os pacientes na busca dos mesmos no lugar da terapia/psicoterapia.
  6. População vulnerável, incluindo idosos, crianças adotivas e bebês, são prescritos psicotrópicos muitas vezes acima do recomendado na bula. Foram encontrados alguns desses vulneráveis tomando quatro vezes mais da dose recomendada, muitas vezes mais de um medicamento incluindo antipsicóticos. Muitas vezes é tomado um coquetel de remédios para conter comportamentos não aceitos.
  7. TDAH continua ser o principal motivo da prescrição de psicoestimulantes. Muitas vezes eles são muitos úteis e algumas vezes não.

Por que psicotrópicos são tão populares? Nós queremos nossas crianças se sintam melhor rápido. Se o pediatra nos disser que a melhora virá através de uma pílula, então estaremos propostos a escutar. Terapia toma tempo, é o processo. Pode ser caro. Tenha em mente, entretanto, que um bom psicólogo armará sua criança com habilidades que carregará para vida, com grande habilidade de lidar com situações estressantes de forma efetiva.

Resta ás pessoas ter um resultado melhor quando a medicação é somada a terapia/psicoterapia. Para essas crianças e adolescentes é preciso que os responsáveis monitorem de perto a efetividade e os efeitos colaterais com check-ups constantes. É importante ter segunda opinião com psiquiatra mesmo depois de o tratamento ter começado.

Enquanto o médico possa saber muito da área é provável que seja uma pessoa ocupada e talvez não tenha tempo para ler todas as pesquisas relevantes que são publicadas. Você pode se manter informado, lendo periódicos, publicações e visitar especialistas na área que sua criança está sendo tratada.

Inappropriate prescribing. Monitor on Psychology, 43 (6), 36-40.

Psicóloga Juliana Gonçalves Oliveira Guedes

Psicóloga Clínica

Formada em Psicologia pelo Centro Universitário UNA. Atua como psicóloga clínica em consultório particular..